Área do hub Cocriago teve o primeiro plantio de soja convencional e orgânica baseado nas tecnologias das startups
Sete startups do agronegócio estão aplicando suas tecnologias na Smart Farm do hub Cocriago, localizado no SRP Valley, em Londrina (PR). Na área inicial, de 800 m², foi plantada nessa safra soja convencional e orgânica. A colheita está prevista para fevereiro de no início de 2022. Entre as ferramentas utilizadas estão: tratamento de sementes com gás carbônico; aplicativo de receituário agronômico; sistema de gestão de experimentos de campo; plataforma de gestão agronômica; defensivos macrobiológicos; fertilizante orgânico líquido; gestão da propriedade; e organização de uso de EPIs (equipamentos de proteção individual).
Segundo George Hiraiwa, head de relações institucionais do Cocriagro, o objetivo da Smart Farm é auxiliar as startups que estejam em fase de validação tecnológica e agronômica para que possam fazer os testes iniciais de sua solução. “O espaço também é uma vitrine tecnológica, para que a startup possa mostrar sua tecnologia na prática e no campo para produtores e parceiros. Se queremos que aconteça a relação entre startup e produtor, não podemos deixar o campo de fora.”
Qualquer startup que esteja conectada com o hub, atualmente são 27, pode participar da Smart Farm, desde que haja alinhamento e validação necessária com o planejamento da área. “Depois de colhida a soja, vamos organizar a produção de trigo como cultura de inverno, e novas tecnologias poderão ser aplicadas”, orienta Hiraiwa.
Além das agtechs, a Smart Farm conta com parceria da Cooperativa Integrada, que forneceu as sementes e a orientação agronômica; da Inquima, que disponibilizou os fertilizante e adjuvantes; do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná | IDR-PR, que cedeu os equipamentos e maquinários e da Consoagro, empresa júnior de agronomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que está fazendo a parte operacional com seus alunos.
Hiraiwa lembra que caso haja demanda, as startups também podem utilizar áreas experimentais dos parceiros já citados, além da Fazenda Figueira da Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz), Semegrão e Belagrícola.
Startups
As sete startups que atuam na Smart Farm promovem um trabalho conjunto para que a safra seja a mais eficiente e produtiva possível. São elas:
Dioxd – desenvolve soluções para o tratamento de sementes, proporcionando a manutenção do vigor, melhor arranque inicial, aumento de produtividade e agregando uma melhor performance das cultivares escolhidas nas lavouras;
Fitoapp – aplicativo de receituário agrônomo que tem como objetivo auxiliar os produtores no uso correto de defensivos agrícolas, conciliando rastreabilidade, baixo custo, legalidade e segurança. Todos os receituários agronômicos para a Smart Farm estão sendo lançados e emitidos via sistema;
Fitovision – soluções para o gerenciamento de experimentos agrícolas, que facilita por meio de suas tecnologias a condução de ensaios e experimentos agrícolas, avaliações e escrita automática de relatórios. A startup disponibilizou o Syslaudo, sistema que auxilia na gestão de experimentos em campo;
FarmGO – plataforma de gestão agronômica com ferramentas para monitoramento de lavouras, controle de atividades no campo e agricultura de precisão. Pela plataforma está sendo feita toda a gestão da propriedade e acompanhamento da safra;
Usina Biológica – fábrica de biodefensivos macrobiológicos agrícolas. Está na área orgânica fazendo o manejo com macrobiológicos;
Agroper – atua no mercado com fertilizante orgânico líquido, que utiliza matérias-primas virgens em ambientes controlados, que tornam o produto equilibrado e sustentável, obtendo todos os nutrientes indispensáveis para qualquer planta. A startup está na área orgânica aplicando seu produto;
EPIcont – faz a gestão de EPIs de forma simplificada e inteligente, atuando junto às equipes de segurança do trabalho, RH, jurídico e compras, desde a solicitação de EPI até a entrega para o funcionário, com treinamento. Todo a aplicação de defensivos na Smart Farm está sendo feita com os EPIs disponibilizados pela startup e orientado pela sua plataforma.
Segundo Simone Selmann, da startup EPIcont, participar da Smart Farm é uma forma de mostrar às cooperativas e produtores a importância do uso correto dos EPIs e a eficiência de sua plataforma na gestão desses equipamentos.
O CEO da Usina Biológica, Joan Brigo Fernandes, explica que o objetivo é demonstrar na prática a viabilidade do uso de biodefensivos, sua eficácia atrelada ao manejo integrado de pragas e doenças, bem como estabelecer o cultivo orgânico da soja.
Segundo Sheila Ariana Xavier Valencio, sócia e diretora comercial da Fitovision, com a Smart Farm pode-se demonstrar as vantagens e soluções dos softwares da agtech, para os experimentos realizados em campo, e dessa forma ter mais visibilidade para seus produtos.