Blog

O papel do ecossistema de inovação no acesso das agtechs ao produtor rural

Londrina é a 10º cidade do Brasil com maior concentração de startups que atuam para o setor do agronegócio, as chamadas AgTechs. Essa colocação vem do Radar AgTech 2022, um mapeamento de startups do setor agro brasileiro, realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, pela SP Ventures e pela Home Ludens Research and Consulting. O relatório é realizado desde 2019. 

Das 1.703 agtechs que o estudo identificou, número 7,5% maior do que no estudo 2020-2021, 30 estão sediadas em Londrina, o que corresponde a 17% das startups mapeadas no estado do Paraná. 

Quando falamos de startups, estamos nos referindo a empresas de tecnologia que podem estar desde a fase de validação de suas soluções, até a fase de crescimento no mercado. Elas são caracterizadas por sua estrutura enxuta (time reduzido, por exemplo) e alta capacidade de agir em ambiente de incerteza, podendo adaptar e aperfeiçoar as soluções que oferecem com mais rapidez do que uma empresa tradicional.  

Antes, dentro ou depois da fazenda

No agro, ainda podemos dividi-las pelo tipo de solução que oferecem: antes da fazenda, dentro da fazenda ou depois da fazenda. Ou seja, em que etapa da produção agrícola elas atuam. Por exemplo, antes da fazenda podemos citar startups que atuam com crédito para o produtor. Dentro da fazenda, startups que atuam com aumento de produtividade e depois da fazenda, as que atuam com a comercialização de grãos. 

Nesse cenário de atuação, um dos grandes desafios desses negócios é a conexão com o produtor. Uma vez que bater de porteira em porteira não é uma estratégia palpável. E, além de encontrar esses possíveis clientes, eles têm que lidar com a resistência à adesão de novas tecnologias, que é uma característica bem presente no setor. Como então viabilizar a realização de novos negócios? A resposta para essa pergunta é o que torna Londrina uma cidade atraente às startups: o ecossistema de inovação!

O ecossistema como suporte das agtechs

Sendo sede da Sociedade Rural do Paraná (SRP) e abrigando grandes empresas e cooperativas do setor, além do hub Cocriagro, a cidade conta com uma governança para o agro bem consolidada, a AgroValley. Assim, é por meio desses interlocutores que as startups podem se conectar com seus potenciais clientes. 

Quando um setor se organiza para fazer o trabalho conjunto de fortalecimento, ele atua em prol do todo. Então, quando o ecossistema possibilita o surgimento e crescimento dessas startups, seja por meio de programas de apoio ou de conexões de negócio, ele gera, no fim, a transformação do setor. 

Assim, a dica para as agtechs de Londrina, Paraná ou do Brasil é: se conectem! Ou seja, busquem parceiros e ambientes que possam ajudar a abrir esse caminho. Participem de eventos, visitem os dias de campo e se relacionem. Esses atores, além de já terem algumas respostas, têm também perguntas e desafios relevantes para quem quer trabalhar com agro. Chegar ao produtor amparado pelo ecossistema, pode ser o grande diferencial para aceitação.